Os trabalhadores da Cooperativa de Transporte Escolar de São Bernardo querem ampliar o número de cooperados e a demanda de serviços na Região em 2013.
A atividade é administrada por 95 tios e tias das ‘peruas’ que transportam 2.350 crianças da rede municipal de São Bernardo, desde a creche ao ensino fundamental em diversos bairros, diariamente.
O grupo é dissidente de outro empreendimento solidário, de acordo com os cooperados. Desde abril deste ano, os trabalhadores se uniram e montaram a nova cooperativa. A atual sede está instalada no Bairro Assunção. A nova cooperativa recebe há dois meses apoio jurídico e administrativo da Unisol Brasil.
Atualmente, o serviço prestado ao município é terceirizado para uma empresa que venceu o processo de licitação para o transporte escolar.
“A Unisol nos auxilia na parte burocrática da formalização da cooperativa e na gestão do empreendimento solidário. Queremos organizar a atividade para concorrer aos processos licitatórios diretamente. Só assim vamos aumentar a renda e conseguir cobrir os gastos com mais tranquilidade”, disse o presidente da cooperativa, Nivaldo Correia da Silva.
Uma das preocupações dos trabalhadores é com relação ao custo para manter a atividade. Além das despesas com manutenção, os cooperados pagam a mensalidade de financiamento dos veículos. De acordo com os perueiros, o gasto é de R$ 400,00 por mês, além de seguro, combustível, salário da ajudante e impostos. “Trabalhamos para cobrir despesas. Por isso, queremos ampliar os serviços”, afirmou Silva.
Despesas
Os cooperados têm entre 21 e 60 anos, a maioria está no ramo há mais de 15 anos e lembra que a remuneração com a atividade já foi melhor. “Troquei o ramo de confeitaria para o de transporte porque o rendimento era muito melhor. Resolvemos nos unir em cooperativa porque há alguns anos o rendimento está caindo. O valor com as despesas aumentaram, mas o número de linhas e de crianças diminuiu, mudaram algumas exigências legais e o valor da mensalidade não cresceu proporcionalmente para cobrir os gastos”, explicou José Fernandes Passos, 36 anos.
Terezinha Ferreira de Souza disse que ela e o marido tinham uma pequena empresa de produtos de limpeza e optaram em investir no transporte escolar. “Realmente era uma profissão atrativa, e ganhamos muito dinheiro, hoje mal conseguimos pagar as contas em dia.”
Fonte: Jornal ABCD Maior/Por: Michelly Cyrillo.